sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Você é escalador?

Você é escalador? Envergonhe-se disso ou começe a mudar agora.

Qual é a premissa número um para você ser chamado de escalador? Quem respondeu escalar está enganado.

Infelizmente a premissa número um de um escalador é: ser preconceituoso, ser reclamão, falar mal dos outros, achar que a modalidade que pratica é mais nobre, melhor ou mais importante que a do outro, e por aí vai; pelo menos para grande parte dos "escaladores".

Uma vez deixada bem clara essa premissa digna de vergonha, e se por acaso você também escala, aí sim você é um legítimo "ESCALADOR". Sem dúvida uma realidade triste e vergonhosa.

Motivos para tal fama não faltam, vamos lá que a lista é extensa:

- Você começou a escalar em ginásio? Eu comecei na rocha! Muito mais "roots".
- O point onde eu escalo é muito melhor que o seu.
- O tipo de rocha daqui é muito melhor.
- Paulista, carioca, paranaense, mineiro... é muito melhor.
- A academia que eu escalo é a melhor.
- Escalar na rocha que é melhor.
- Pq competir é coisa de babaca.
- Vc compra mosquetãozinho novo na loja, vc é playboy.
- Ó o cara de sapata nova! A minha já ressolei 35 vezes!
- Você mandou com as costuras colocadas eu entrei sacando!!!
- Porque tal lugar as chapas tão muito próximas vamos boicotar.
- Ah, ele só mandou aquela via porque trabalhou 3 meses direto, queria ver se só fosse de fim de semana que nem eu.
- Não vou lá porquê foi Fulano que abriu as vias. (detalhe, o cara nunca viu Fulano na vida, só ouviu falar).
- Esse aí não anda mais que 50 metros até a base da via, eu já caminhei por 17 horas!!!
- Assim até eu, alguém passou a corda antes.
- Fez com oxigênio?!!! Ahhhh...

Eu acredito que uma das raízes do problema está no nome da atividade e a falta de conhecimento a seu respeito. Vou explicar melhor.

Se um cara anda de bike é ciclista, ele pode treinar para uma prova olímpica em um velódromo, fazer downhill de Mountainbike ou freestyle numa pequena aro 20", que são esportes completamente diferentes, com treinamentos, técnica e objetivos completamente distintos, e qualquer um sabe e vê isso nitidamente, que ele continuará a ser um ciclista.

A única coisa comum entre modalidades tão diferentes é o nome, CICLISMO. Claro que um cara que faz Freestyle não vai falar mal de um competidor de Tour de France, pois é nitidamente tão óbvio que estamos falando de coisas diferentes, que nem cabe a comparação.

Exatamente aqui surge o problema da escalada!

Na escalada as diferenças não são tão claras, pelo menos para os leigos. Porém nós escaladores, deveríamos enxergar isso de forma mais nítida. Quando falamos que alguém é escalador, montanhista ou generalizando, um Alpinista. Colocamos na mesma bacia, um escalador de Boulder com outro de uma via esportiva, com um terceiro que curte um bigwall, ou mesmo uma escalada mista, cascatas de gelo, expedições e alta montanha, e por fim um atleta de competição.

Pois me diga: 
Qual a semelhança entre alguém fazendo Boulder e outro escalando o Everest?

Como podemos comparar os objetivos e anseios de um escalador de competição com outro fazendo um bigwall em Yosemite?

Como podemos sequer comparar o comprometimento psicológico de uma escalada em artificial A5 com uma via esportiva do Cipó?
Como comparar o porte e condicionamento físico de um esportista trabalhando um 10º grau com outro expedicionista de alta montanha.

São atividades tão distintas, tão diferentes, com objetivos, perfis, imersão e autoconhecimento do praticante tão diferentes, que me atrevo a dizer que temos apenas uma características em comum: o nome.

Tire a mão do saquinho de magnésio por um minuto, coloque-a na consciência e aprenda a entender as diferenças de cada escalador, de cada modalidade. As vezes o motivo que o levou para a escalada pode não ser o mesmo de quem está logo abaixo de você te dando segurança.

Por diversas vezes escalando em lugares na Europa, onde sei que dificilmente voltarei tão cedo, quantas vezes não dei segurança para um parceiro que ficou trabalhando uma via por horas, e na minha vez eu escalei com duas ou três quedas e nem me preocupei em repetí-la. Simplesmente porquê meu objetivo não é encadená-la, mas sim partir pra próxima e depois pra outra, e conhecer outras linhas mesmo que faça roubando num lance que sei que está longe do meu limite. Tudo bem, posso não ter mandado, mas lhe garanto que na minha ótica me diverti e conheci muito mais. Pois o meu objetivo não é o grau e sim o "subir", curtir, tentar e cair.

Está certo quem quer trabalhar uma via até a exaustão e poder se superar e superar o grau.

Está certo quem quer curtir e cair e partir pra próxima.

Está certo quem quer a liberdade do Crash Pad, magnésio e sapata numa tarde de sol em Ubatuba.

Está certo quem quer fazer a Domingos Giobbi em 5 horas, ou quem quer fazê-la em 3 dias.

Está certo quem quer livrar um artificial ou apenas repetí-lo sobre os estribos.

Está certo quem quer perrengar e carregar equipo, e montar acampamentos e fazer uma montanha sem oxigênio, assim como está certo o cliente de uma expedição comercial.

Respeite a ética do lugar, respeito o próximo, respeite o local e a natureza. Não faça barulho, não incomode, não deixe rastros, curta a sua modalidade, da sua escalada, no seu estilo, com os seus objetivos, e diga com orgulho: EU SOU MONTANHISTA.

Por Alê Silva

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Sobre a Técnica de Rapel

Depois de uma série de duvidas e divergencias, na lista da Femerj, venho colocar alguns pontos sobre o post anterior.

  1. Deixei parecer, erroneamente, que a Petzl recomenda o uso da Daisy Chain. A Petzl não fala em fita tubular nem em Daisy Chain, mostra na figura apenas a Solteira.
  2. Existe risco da alça da Dayse se romper? SIM, as alças foram feitas para cargas estáticas e utilizando-as em rapel sofreram cargar dinamicas, não muito forte, mas sofreram. Eu minimízo o rompimento da alça prendendo o mosquetão que estava na ancoragem na parte superior e inferior do baudrier (Devia ter colocado isso no post anterior).
  3. Devemos ter os cuidados normais nessa técnica. Cuidado com camisas, cabelos e etc...
Acho que assim deixo alguns pontos, que estavam obscuros, mais claros. Claro que não sou o dono da verdade, posso estar errado e, por favor, me avisem se tiverem mais informações.

Fico grato pela visita e repercusão. Coisa que mostra que o site esta sendo visitado.

VALEU!!!

Um novo jeito de Rapelar

Em meados de Junho, fui escalar na pedra da Quitinilha, próximo a Taquara, no Rio de Janeiro. Lá, junto com o Antônio, fomos apresentados pelo Felipe Dalorto, Guru da UEJ e o Guia da Cordada no dia, à uma nova forma de rapelar. Ele aprendeu este novo jeito em salinas, num curso que teve de Big Wall.

Achei bastante interessante e fui estudar um pouco esta nova Técnica e descobri que a Petzl (bam bam bam dos Equipos) RECOMENDAVA, em seu ótimo catalogo de produtos, a aplicação da técnica. Descobri, támbem, um video do Davi Marski sobre o tema.

Vamos à Técnica:

Estando ancorado a parada por uma Solteira, Fita Tubular ou Daisy Chain (ATENÇÃO: estes devem estar laçados a parte superior e inferior, não ao Loop do Baudrier), com a corda ja passada e pronta para o rapel, monte o Back-Up, usando o Nó Machard, preso ao Loop.

Montando o Back-Up primeiro, você fica com a corda mais “leve” para montar o freio. Puxe um pouco a corda para fazer uma pequena barriga entre o Back-Up e a parada. Monte o freio abaixo do nó da solteira ou em uma das alças da Daisy Chain (preferencialmente no meio). Desmonte a ancoragem e desça segurando pelo Back-Up e a corda abaixo do mesmo. MUITO BOM !!!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Orgulho

É com muito orgulho que hoje posto esta mensagem

Depois de um tempo tentando colocar esse blog no ar, hoje anuncio que ele encontra-se completamente operacional, do jeito que eu sempre pensei.

A cerca de uma semana venho postando sobre o Gi-Gi, Freio de Plaqueta da Kong. Vinha postando no blog como um teste.

Antes esse Blog era um Beta. Hoje é um Blog Operacional.

Fico imensamente grato pelas visitas e ainda mais grato com os comentários. Quero agradecer essas visitas e comentários e pedir que voltem. Voltem sempre e falem para os amigos e conhecidos visitarem também.

Esse Blog tem, como podem notar, anúncios. Tentei colocar anúncios relevantes ao nosso esporte, ou filosofia, mas nem sempre é possível. Se quiser ajudar ainda mais esse blog, clique nos anúncios.

Então é isso. Visitem sempre e fiquem o maior tempo possível no nosso Blog. Sugiram assuntos. Mandem imagens e Vídeos. Façam Relatos. Deixem Recados e Comentários. Façam desse Blog um instrumento interessante e simples para a prática segura e agradável de nosso esporte.

Valeu galera !!!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Cargas com Gi-Gi

É possivel baixar e elevar cargas utilizando o Gi-Gi

Para baixar Cargas ou Pessoas de peso elevado, recomenda-se utilizar 2 Gi-Gi´s montados como na Figura A. Caso quero maior velocidade e com pesos inferiores, sugere-se o uso como na Figura B.
Para a elevação de cargas pode-se utilizar as técnicas abaixo, lembrando que baseados em um peso a ser elevado de 100kg a força a ser empregada utilizando a primeira técnica seria relativo a um peso aproximado de 50kg, metade do peso original, e utilizando a segunda técnica (mais complexa) seria despendido uma força para elevar aproximadamente 33kg, um terço do peso original.


Ascenção usando o Gi-Gi

Usando um estribo em um Prusik e um Gi-Gi é simples fazer uma ascensão de emergência. Neste caso, o Gi-Gi funciona como um dispositivo de travamento, preso ao Loop.


Bastante simples de executar o movimento, mostra como o Gi-Gi é versátil.


Com o Gi-Gi montado de forma similar a como seria montado para o rapel, porém preso ao loop, montar um Prusik acima. Preso ao Prusik, colocar o estribo. Deixar o peso do seu corpo sobre o Gi-Gi. Subir ao máximo o Prusik, quando não conseguir levanta-lo mais, colocar seu peso no Pé onde esta o estribo e puxar as cordas pelo Gi-Gi o máximo possível. Repetir os movimentos tantas vezes quantas forem necessárias.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Rapel utilizando o Gi-Gi

Outra função pouco explorada do Gi-Gi é o seu uso como freio para rapel. Podendo ser utilizado em rapéis de corda com duas pontas ou duas cordas de mesmo diametro.

Utilizando cordas acima de 10 mm de diametro usar, no mínimo, um mosquetão (A), porém, caso utilize corda com diametro inferior a 10 mm, recomenda-se utilizar dois mosquetões (B). Fica a criterio do montanhista utilizar mais mosquetões do q o minimo estipulado.

Para o Rapel não utilizamos a face com a Costela e sim a parte lisa, atenção ao montar o Gi-Gi

Realizei alguns poucos testes de rapel com cordas de diferentes diametros e notei que a blocagem é razoavelmente boa, NA MINHA opinião. Caso o montanhista se sinta seguro, pode tentar executar esta ação, mas recomendo que faça em alturas minimas, apenas para testes (assim como eu fiz).

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Segurança para o Guia com o Gi-Gi ??? Possivel

Apesar de não ter sido desenvolvido para este fim, é possível dar segurança ao Guia da Cordada usando o Gi-Gi em vias clássicas e/ou esportivas.

É uma manobra delicada que requer muita prática e treinamento.

Por enquanto não postarei detalhes sobre como executar a técnica, apenas uma imagem e garantir que é possivel, mas não recomendado. Apenas faço este post no intuito de demonstrar a versatilidade do Gi-Gi.
MUITO CUIDADO QUANDO ESTIVER UTILIZANDO ESTA TÉCNICA, apesar de estar descrita como possível pelo fabricante ele mesmo deixa claro que é uma técnica para quem possui HABILIDADE e FORMAÇÃO para executá-la.

domingo, 28 de junho de 2009

Dois "Segundos" Simultaneamente ? Gi-Gi !!!

Pode parecer impossivel, mas com um equipemento simples e leve podemos, em uma cordada de três em A, subir os dois "Segundos" da cordada ao mesmo tempo.

O Guia da Cordada deve montar de forma que a Costela do Gi-Gi fique para fora e passar as cordas da mesma forma como faria se fosse para
apenas um "Segundo". MUITA ATENÇÃO SEMPRE NESSA ETAPA.

Mesmo usando cordas de diametro diferente, a Costela do Gi-Gi efetua uma força individual para cada corda. A queda de um Segundo não impede
que o outro prossiga livremente. Por isso a importancia da Costela voltada para fora.
Quando a Corda for bloqueada, se necessário, o Segundo que foi Blocado pode ser baixado "bombeando" para cima e para baixo o Mosquetão (trabalha melhor usando mosquetões com face plaina).

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Gi-Gi – Segurança ao Segundo da Cordada

Com o Gi-Gi preso na ancoragem (equalização), passar uma dobra da corda, entrando pela parte lisa e saindo pela parte com costela. Por dentro desta dobra coloca-se um mosquetão. Verifique a corda que dara a segurança, a qual você deverá segurar, e a corda que vai ao Segundo da Cordada.

Utilize apenas mosquetões com rosca para operar o Gi-Gi.
Atenção
Quando for utilizar cordas com diametro inferior a 10mm, fazer com que o Gi-Gi fique por dentro do Mosquetão.


O Levissimo e Multifunção Gi-Gi

As aparencias enganam. O Levissimo, Barato e Simplérrimo Gi-Gi é uma grande ferramenta.

Não sei se a maioria dos escaladores o conhecem mas eu me surpreendi pela versatilidade do Gi-Gi.

Estarei usando os próximos post para falar de algumas funções dele, recomendadas pelo fabricante, qualquer coisas ver no site da Kong.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O Inicio de uma nova fase

Bom, é o meu primeiro post e, provavelmente, ninguém deve ler. Mas porque não explicar o motivo deste Blog.

Decidi, devido a falta de recursos do Space Live, abandonar meu antigo Blog. Este, além de ter os recursos eu procurava, vai me dar novo gás, já que será será exclusivo para esportes e aventuras. A principio, não penso em colocar politica … mas quem sabe ?!?!?

Espero, em breve, concluir o layout e todas as partes de funcionalidades.

Também estarei trazendo para este blog arquivos interessantes e, meu novo objetivo, fazer alguns guias de escaladas em PDF, com a distribuição gratuita.

Vamos ver se alcanço estes objetivos.

[]´s